Experiências em sala de aula com o professor Flávio
Comecei a observação no 6º 1, sentei em uma carteira na frente, em geral os alunos foram muito receptivos comigo, no primeiro momento ficaram com medo que eu estivesse em sala para fiscalizar o comportamento deles, mas depois expliquei que iria somente observar a sala, as aulas e sua dinâmica. A sala era pouco colorida, decorada com azulejos rosas e azuis, ao longo de uma das paredes há um quadro com alguns recados e desenhos, na outra parede janelas em forma de basculantes que não ventilavam muito, na frente um quadro branco e mesa de professor sobre um tablado.
O professor Flávio que passou no quadro orientações de páginas de livros para a próxima avaliação que estaria relacionada com a matéria do livro sobre solos, água, clima e vegetação. Em seguida me pediu para dar visto no caderno dos alunos conferindo um exercício sobre a mesma temática, a grande maioria havia feito os exercícios. Então começou a corrigir os exercícios lendo o comando em voz alta e pedindo alguns alunos para lerem suas respostas.
O professor incentivou a turma dizendo que era a melhor sala do CNSD e que esperava bom comportamento e boas respostas. Os alunos por vezes se distraiam durante a correção do exercício, acredito que estavam achando um pouco chato, mas muitos participavam e davam ótimas respostas. O grau de dificuldade do conteúdo para o 6º ano é muito superior ao que lecionávamos para a EJA, me surpreendi muito com isso. Após a resposta dos alunos o professor complementava e explicava eventuais dúvidas.
Em seguida fui para o 6º 2, sentei em uma carteira no fundo da sala, o professor passou as mesmas orientações que havia passado para a outra turma, mas pede que anotem na agenda que a escola forneceu para eles no início do ano. Os alunos ficaram menos excitados com minha presença. Pede que os alunos não usem celular na sala de aula, o caderno dos alunos é bem completo e cheio de desenhos, em uma correção ele associa o filme “Procurando Nemo” com correntes marítimas, o que achei interessante. Durante a correção uma aluna lia um livro de literatura e aprecia estar muito envolvida com sua leitura. Há uma polêmica em torno de um apelido de um aluno e o professor orienta os alunos que o chamem pelo nome. O sinal bate.
Após 3 dias sem ir na escola devido à um trabalho de campo o dia começa meio tumultuado, a coordenadora se esqueceu que eu me ausentaria e reprograma meus horários até o dia 2 de dezembro, o que incluía uma semana de provas.
Novamente fui assistir aula no 6º 1 e foi a mesma dinâmica de aula, correção de exercícios, a turma demora cerca de 15 minutos para se acalmar, parar de conversar e concentrar na correção do exercício. O professor dá dicas sobre o comando das questões, fala de certos termos geográficos e corrige outros como por exemplo “o sol bate na terra” – para “radiação solar atinge a superfície terrestre”, os alunos participam bastante da correção, em especial as meninas que parecem estar mais interessadas. Enquanto corrige as questões sempre tem que lidar com o comportamento dos alunos e interrompe o raciocínio pedindo silêncio, pedindo para guardar celular, endireitando carteiras e pedindo para tirar mochilas dos caminhos entre os corredores. Ao final não há dúvidas e as respostas dos alunos são quase todas corretas.
Chega a hora do recreio e me dirijo à sala dos professores, entre eles há diálogos variados sobre um evento ocorrido na UFMG sobre Geografia e docência, trabalhos interdisciplinares, assuntos associados a escola e ao uso do espaço, etc. Comentaram sobre um questionamento de um aluno durante a aula de religião com relação ao suicídio, explicam que recentemente ocorreu bullying com um aluno que tentou suicídio e o assunto veio à tona durante a aula.
Após o intervalo retorno para a sala de aula, agora no 6º 2. O professor dá visto nos cadernos Os alunos criam um brinquedo composto por um elástico de uma pasta de papeis e um lápis. Percebo o quanto deve ser difícil controlar e fazer com que 30 alunos se interessem pelo conteúdo da disciplina usando o método formal de correção de exercícios e provas. Corrige exercícios sobre Tempo e Clima e ressalta que a mídia comete várias gafes relacionada ao conteúdo.
Em seguida diz a turma que vai passar um vídeo que fará referência à semana da Consciência Negra – “Normal é ser diferente” com música de Jair Rodrigues, o vídeo trabalha com a diversidade e raças. Durante a exibição os alunos conversam bastante, se distraem, brincam e cantam, porém não podem se manifestar dançando em pé e batendo palmas, o professor acompanha de perto. Assista ao vídeo:
(Jair Oliveira)
Tão legal, ó minha gente!
Perceber que é mais feliz quem compreende
Que a amizade não vê cor, nem continente
E o normal está nas coisas diferentes
Amigo tem de toda cor, de toda raça
Toda crença, toda graça
Amigo é de qualquer lugar
Tem gente alta, baixa, gorda, magra
Mas o que me agrada é
Que o amigo a gente acolhe sem pensar
Pode ser igualzinho à gente
Ou muito diferente
Todos tem o que aprender e o que ensinar
Seja careca ou cabeludo
Ou mesmo de outro mundo!
Todo mundo tem direito de viver e sonhar
Você não é igual a mim
E eu não sou igual a você
Mas nada disso importa
Pois a gente se gosta
E é sempre assim que deve ser
Hoje foi dia de receber os alunos que concluíram o 5º ano e ano que vem vão para o 6º ano. Foi realizada uma mini palestra com alguns professores, dentre eles o de Geografia, foi mais uma apresentação descontraída. Foi exibido um vídeo do programa que une direito, política e as curiosidades chamado “Coisas que você precisa saber” produzido pelo site http://www.justificando.com/ apresentado por Igor Leone, com o temática sobre o desastre de Mariana - MG. O vídeo reúne informações e questionamentos sobre o desastre ocorrido recentemente, em que duas barragens de rejeito de minério de ferro da mineradora Samarco se romperam e destruíram o vilarejo de Bento Rodrigues pertencente ao município de Mariana e outros a jusante destas barragens, a lama percorreu todo o Rio Doce alcançando o mar no litoral do espírito Santo.
Coisas que você precisa saber - Especial Desastre ambiental em Bento Rodrigues
Em seguida foi aberto para os alunos tirarem dúvidas sobre o vídeo e sobre o evento, o professor Flávio pediu para que eu respondesse as perguntas dos alunos que estavam bastante curiosos sobre o caso. Perguntaram o porquê das barragens terem se rompido, para onde as pessoas haviam ido, a questão das matas ciliares, morte de animais, o que continha na “lama” das barragens, porque essas barragens deviam fazer parte do processo de mineração. Foi bem interessante e fiquei feliz em participar da recepção dos alunos.
Pontuschka (2000) faz uma reflexão: “Que caminhos podemos seguir para que o nosso trabalho em sala de aula permita ao aluno compreender o espaço geográfico, dialogar com ele e assim ampliar a sua visão de mundo; conhecer o seu papel na sociedade moderna ou pós-moderna em uma economia mundializada e de vida globalizada?”
Esse diálogo entre o conteúdo formal aprendido em sala de aula e os eventos /fenômenos geográficos que ocorrem no mundo é de extrema importância para os alunos inter-relacionarem a realidade com o a disciplina. É o que os estimula e justifica do porquê aprender Geografia, é o que desperta a curiosidade inata em cada criança e faz elas avançarem e desvendarem o que existe no mundo, os sentidos significados das coisas, e como a Geografia é a disciplina que os ajuda a compreender o homem e a sua relação com o espaço nada mais justo que utilizarem-na como ferramenta nesta empreitada de descoberta da terra, da sociedade e de si mesmos. Deixo vocês abaixo com um vídeo inspirador sobre a Geografia e a vida (escolar).
O menino que perdeu sua Geografia
Experiências em sala de aula com o professor Bento
Os relatos seguintes se referem às turmas de 7º, 8º e 9º anos. O perfil do professor é um pouco diferente do anterior, este é mais brincalhão com os alunos, trata com maior proximidade, mas também bem exigente. Me explicou que a distribuição de pontos do 9º ano é dada da seguinte forma: duas avaliações, uma prova realizada em um aplicativo de celular chamado APP prova, um simulado para o ENEM, um projeto, atividades e exercícios, e um conceito para cada aluno.
Ao chegar na turma do 9º 2 vi que os alunos estavam fazendo uma prova em trio sobre o livro “A praça é do povo – Política e cidadania” de Maria Lucia de Arruda Aranha.
Ao chegar na turma do 9º 2 vi que os alunos estavam fazendo uma prova em trio sobre o livro “A praça é do povo – Política e cidadania” de Maria Lucia de Arruda Aranha.
O 7º ano fez prova sobre o livro “Viagem pela Estrada Real” de Helena Guimarães Campos.
Hoje acompanhei a turma 8º 1, estão no fechamento do semestre, o professor deu visto nos cadernos e pontuou cada um deles. Percebi que enquanto iriam ser chamados para a entrega do caderno ainda completavam algo que porventura faltasse. As turmas usam a coleção de livro didático utilizado do 6º ao 9º anos - “Jornadas Geo” de Paula, Marcelo Moraes; Rama, Ângela.
Hoje acompanhei a turma 8º 1, estão no fechamento do semestre, o professor deu visto nos cadernos e pontuou cada um deles. Percebi que enquanto iriam ser chamados para a entrega do caderno ainda completavam algo que porventura faltasse. As turmas usam a coleção de livro didático utilizado do 6º ao 9º anos - “Jornadas Geo” de Paula, Marcelo Moraes; Rama, Ângela. Como a principal ferramenta pedagógica utilizada pela escola é o livro didático, cito abaixo o sumário para cada ano do ensino fundamental:
6º ano:
1. “Os espaços de vivência”
2. “Representação do espaço, orientação e localização”
3. “Sociedade e natureza: a produção do espaço geográfico”
4. “Relevo terrestre: ações humanas e da natureza”
5. “Recursos minerais e energéticos”
6. “Águas do mundo: usos e distribuição”
7. “Clima: dinâmica natural e atividades humanas”
8. “As grandes formações vegetais da Terra”.
7º ano:
1. “O território brasileiro”
2. “O Brasil e as suas regiões”
3. “Relevo e águas no Brasil”
4. “Vegetação e clima no Brasil”
5. “O espaço rural brasileiro”
6. “Brasil: país urbano”
7. “Indústria, serviços e comércio no Brasil”
8. “População brasileira”
8º ano:
1. “Regionalizações do espaço mundial”
2. “América continente de grandes contrastes”
3. “A América anglo-saxônica”
4. “A América Latina”
5. “O continente
6. “África: aspectos da população e conflitos”
7. “África: economia e meio ambiente”
8. “Oceania e Antártida”
9º ano:
1. “Globalização: um mundo sem fronteiras”
2. “Globalização e organizações internacionais”
3. “O continente europeu”
4. “Europa: população e território”
5. “Europa: economia e meio ambiente”
6. “O continente asiático”
7. “Oriente Médio, Ásia Setentrional e Central”
8. “Extremo oriente, Ásia meridional e Sudeste asiático”
O 9º 2 ano fez uma prova sobre conflitos no Oriente Médio. À medida que terminavam a prova deveriam continuar em sala de aula mas podiam usar o celular para ouvir música e internet, porém não podiam conversar entre si até todos terem terminado de fazer a prova. As atividades quase sempre são passadas por uma avaliação da coordenação.
Em um momento parei para refletir quando o professor iniciou um “sermão” para os alunos conversar com os alunos, agradeceu pelo ano, pela participação, pela amizade de todos, e alertou para as próximas etapas de suas vidas na escola que eles iriam trilhar no ano que vem. Pediu que eles estudassem, que valorizassem a oportunidade de estar e estudar em uma escola particular, o que muitos jovens não tem oportunidade, pois além de estudar ainda tem que trabalhar, que percebessem o esforço que os pais fazem para pagar a mensalidade e que evitassem entrar em “recuperação” ou “tomar bomba. Desejou sucesso e bons votos a todos. Percebi então o porquê dos alunos se importarem tanto com as notas e aprovação, a pressão dos pais e da escola é grande para que eles se saiam bem, que passem no ENEM, cursem uma boa universidade... Eles não estão sendo educados para se importar com a aprendizagem em si, para utilizar o conteúdo das disciplinas de forma direta em suas vidas (em algum momento irão usar alguma coisa, tenho certeza!) estão sendo treinados para passar em testes, provas... E por meio delas conseguir alcançar boas posições sociais, bons empregos, inserção no mercado de trabalho, serem empresários de sucesso, continuar com o negócio da família... e para isso PRECISAM ESTUDAR!!!
Neste sentido, pode-se pensar que a afirmativa de Straforini (2001) a seguir “o objetivo da escola tradicional é a transmissão de conhecimento, ou seja, uma preocupação conteudista. Desta forma, o aluno é visto como um agente passivo, cabendo a ele decorar e memorizar o conjunto de conhecimentos previamente selecionados, significativos da cultura da humanidade, que e transmitido pelo professor em aulas expositivas. 0 mundo e uma externalidade ao aluno, ou seja, não é dado a ele a possibilidade de sua inserção no processo histórico. Assim, o conhecimento é concebido como uma informação que é apreendida unicamente pela memorização.” dialoga com o objetivo imediatista dos alunos em passar de ano apenas para não decepcionar os pais e cumprir com suas obrigações de filhos e não perder possíveis privilégios, como mesada, viagens e passeios, encontro com os amigos etc. e se prejudicarem. O aluno aprende/ decora/memoriza porque é obrigado a cumprir seu papel em passar de ano e em exames e não porque foi instigado e resolver adquirir conhecimento para sua vida.
Se os alunos estão tão preocupados com as notas simplesmente por um motivo mais direto – uma troca de favores – como fazê-los compreender a importância da geografia em suas vidas, nos lugares onde moram, em seus estados e países? Lacoste (1976) expõe em sua obra uma visão da importância prática da Geografia “A geografia, enquanto descrição metodológica dos espaços, tanto sob os aspectos que se convencionou chamar "físicos", como sob suas características econômicas, sociais, demográficas, políticas (para nos referirmos a um certo corte do saber), deve absolutamente ser recolocada, como prática e como poder, no quadro das funções que exerce o aparelho de Estado, para o controle e a organização dos homens que povoam seu território e para a guerra. Muito mais que uma série de estatísticas ou que um conjunto de escritos, a carta é a forma de representação geográfica por excelência; é sobre a carta que devem ser colocadas todas as informações necessárias para a elaboração de táticas e de estratégias”.
Este vídeo apresenta o livro de Yves Lacoste - "Isto serve, em primeiro lugar para fazer a guerra" contextualizando com os nossos dias atuais e também com outros autores, tomando alguns fatos históricos, principalmente relacionados à estratégias de guerra, como referência para a abordagem.
Cavalcanti aborda a transição da Geografia Tradicional para a Nova Geografia nos últimos 20 anos e os sentidos das mesmas, defendendo o ensino das escolas da Geografia renovada. A autora afirma que a Geografia Tradicional “...se caracteriza pela estruturação mecânica de fatos, fenômenos, e acontecimentos divididos em aspectos físicos, aspectos humanos e aspectos econômicos de modo a fornecer aos alunos uma descrição de áreas estudadas, seja de um país, de uma região ou de um continente.” Fala que o ensino de Geografia “...não se deve pautar pela descrição e enumeração de dados, priorizando apenas aqueles visíveis e observáveis na sua aprecia (na maioria das vezes impostos à memória dos alunos, sem real interesse por parte deles). Ao contrário, o ensino deve propiciar ao aluno a compreensão do espaço geográfico na sua concretude, nas suas contradições.”
Este vídeo apresenta o livro de Yves Lacoste - "Isto serve, em primeiro lugar para fazer a guerra" contextualizando com os nossos dias atuais e também com outros autores, tomando alguns fatos históricos, principalmente relacionados à estratégias de guerra, como referência para a abordagem.
Yves Lacoste - Isto serve, em primeiro lugar para fazer a guerra.
Encontrando o sentido do porquê de se ensinar Geografia, e como toda esta experiência repassada agregada de conteúdo fará diferença na vida de um aluno, Cavalcanti (2006) lembra muito bem que os objetivos de ensino para a Geografia deve focar na espacialidade da prática social, ou seja, o espaço no entorno do ser humano e o ser humano está no espaço gerando assim inter-relações variadas “Entre o homem e o lugar existe uma dialética, um constante movimento: se o espaço contribui para a formação do ser humano, este, por sua vez, com sua intervenção, com seus gestos, com seu trabalho, com suas atividades, transforma constantemente o espaço. Não importa se refere a um indivíduo ou a uma sociedade ou nação. Em qualquer caso, o espaço e suas próprias percepções e concepções sobre ele são construídos na prática social. Portanto, a consciência do espaço, ou a consciência da geografia do mundo, deve ser construída no decurso da formação humana, incluindo aí a formação escolar. Ela deixa claro que precisamos da geografia para compreender esse espaço, se relacionar com ele, modifica-lo, estejamos sozinhos ou em comunidade.
E neste aspecto ainda ressalta: “... o ensino de Geografia deve visar ao desenvolvimento da capacidade de apreensão da realidade do ponto de vista da sua espacialidade. Isso porque se tem a convicção de que a prática da cidadania, sobretudo nesta virada de século, requer uma consciência espacial. Do simples deslocamento diário de indivíduos até os posicionamentos necessários sobre, por exemplo, as grandes questões globais, as atividades diárias atuais requerem do cidadão a consciência da espacialidade inerente aos fenômenos, fatos e acontecimentos de que participa.” A autora mostra que a Geografia serve para aprendermos a viver melhor em sociedade, nos organizar e ter uma melhor qualidade de vida, e para isso não podemos ignorar o espaço e contexto que estamos inseridos, as suas temporalidades e também as espacialidades.
Ao final da prova os alunos estavam bastante ansiosos para sair e ir para o intervalo, então o professor os liberou.
Quando retornaram do recreio os alunos já não tinham mais atividades devido à finalização das tarefas do semestre. Em uma turma houve confraternização com muito lanche e refrigerante. Na outra turma os alunos se distraiam jogando jogos como Uno, baralho, mexendo em seus celulares e conversando. Depois disso o semestre letivo foi encerrado.
Parte 1
E refletindo ainda sobre o porquê de se ensinar e aprender
Geografia deixo vocês com dois vídeos do programa Lá Para Cá da TV Brasil
exibido em agosto de 2011, no qual apresenta a vida do Geógrafo Milton Santos, sua trajetória, seus trabalhos, suas linhas de pensamento e sua suma importância para
esta área de conhecimento. Ao final do vídeo obtive algumas respostas sobre a
importância da Geografia na minha vida individual, em comunidade e sociedade e
sua relação com o espaço que ocupo.
Programa De Lá Para Cá - TV Brasil - A história do geógrafo Milton
Santos
Parte 1
Parte 2
"Milton Santos foi um dos intelectuais mais importantes do
Brasil e também foi nosso maior geógrafo. Escreveu mais de 40 livros. Publicou
seu trabalho na França, na Inglaterra, nos Estados Unidos, no Canadá, no Japão,
em Portugal e na Espanha. Deu aula nas principais universidades do mundo.
Recebeu prêmios e foi o único pensador, fora do mundo anglo-saxão, a ganhar o
Vautrim Lud, uma espécie de Nobel da Geografia. Durante toda a sua vida
acadêmica, Milton Santos buscou agregar à Geografia as contribuições de outras
disciplinas: Economia, Sociologia, História, Filosofia. Nos últimos anos de
vida, seu trabalho mostrava uma clara preocupação com a Globalização. Crítico
dos processos econômicos que excluíam as nações mais pobres, Milton Santos
acreditava num mundo mais humano, mais solidário e justo.
Participam deste programa a professora da UFBA Maria
Auxiliadora da Silva, o cineasta Silvio Tendler e o professor Pedro Cunca
Bocayuva. Apresentação de Ancelmo Gois e Vera Barroso."
Assistam ainda este divertido vídeo do animador e ilustrador Steve Cutts que traz uma visão apocalíptica do comportamento e relação do ser humano com o nosso planeta Terra. É uma versão que mostra um indivíduo capitalista e consumista, infantilmente egoísta e ingenuamente despreocupado com o futuro da humanidade e do planeta. Uma boa paródia da relação do ser humano com o espaço em que vive.
Man - Steve Cutts
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